"Cruéis ou educadas, perseguições são o pão da Igreja".

Papa Francisco -Mensagem enviada aos participantes de uma conferência da Pax Christi - em 11/04/16-
12/04/16

 

 

Assim como aconteceu com Estêvão, o primeiro mártir, ou com os “pequenos mártires” assassinados por Herodes, também hoje – afirmou o Papa – muitos cristãos são mortos por causa da sua fé em Cristo e outros ainda são perseguidos “educadamente” porque querem manifestar o valor de serem “filhos de Deus”.
Francisco falou de dois tipos de perseguição: aquelas sangrentas, com seres dilacerados por animais selvagens para a alegria do público ou que explodem por uma bomba na saída da Missa. E perseguições com “luvas brancas”, disfarçadas “de cultura”, que confinam num ângulo da sociedade, que fazem perder o trabalho por não se adequar a leis que “vão contra Deus Criador”.
A narração do martírio de Estevão, descrito no texto dos Atos dos Apóstolos proposto pela liturgia, leva o Papa a considerações sobre uma realidade que há 2 mil anos é uma história dentro da história da fé cristã: a perseguição.
“A perseguição, eu diria, é o pão quotidiano da Igreja. Jesus o disse. Nós, quando fazemos um pouco de turismo por Roma e visitamos o Coliseu, pensamos que os mártires eram aqueles mortos com os leões. Mas os mártires não foram somente aqueles ali ou outros. São homens e mulheres de todos os dias: hoje, no dia de Páscoa, somente três semanas atrás... aqueles cristãos que festejavam a Páscoa no Paquistão foram martirizados justamente porque festejavam o Cristo Ressuscitado. E assim a história da Igreja vai avante com os seus mártires”.
O martírio de Estevão provocou uma cruel perseguição anticristã em Jerusalém, análoga às que sofrem os que hoje não são livres de professar a sua fé em Jesus. “Mas – observa Francisco – existe outra perseguição, da qual não se fala muito: a perseguição mascarada de cultura, de modernidade, de progresso”:
“É uma perseguição – diria com um pouco de ironia – ‘educada’. É quando o homem não é perseguido por confessar o nome de Cristo, mas porque quer ter e manifestar os valores do Filho de Deus. É uma perseguição contra Deus Criador na pessoa dos seus filhos! E assim, vemos todos os dias que as potências fazem leis que obrigam a seguir este caminho e a nação que não respeita estas leis modernas, cultas, ou que não quer tê-las em sua legislação, é acusada, perseguida educadamente. É a perseguição que tira do homem a liberdade, inclusive de objetar com a consciência!”.
“Esta é a perseguição do mundo que tira a liberdade”, enquanto “Deus nos fez livres de dar testemunho do Pai que nos criou e de Cristo que nos salvou”, disse o Papa, acrescentando que “esta perseguição tem até um líder”:
“O líder da perseguição ‘educada’, Jesus o nomeou: é o príncipe deste mundo. Quando as potências querem impor comportamentos e leis contra a dignidade do Filho de Deus, perseguem-no e vão contra o Deus Criador. É a grande apostasia. Assim, a vida dos cristãos vai avante, com estas duas perseguições. O Senhor nos prometeu que não se afastará de nós. “Estejam atentos, atenção!” Não caiam no espírito do mundo. Estejam atentos, mas prossigam, Eu estarei convosco!".
(BS/BF/CM)

 

 


TRADUÇÃO
Fontes:L'Osservatore Romano /Vatican.va/Aleteia/News.Va
Autor:Papa Francisco